Tuesday, December 25, 2007

Tempos desprovidos de delírio.

No descomeço era o verbo, só depois é que veio o delírio do verbo. O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira. E pois. Em poesia que é voz de poeta, que á a voz de fazer nascimentos- O verbo tem que pegar delírio.
Preciso mudar o verbo, recria-lo. Porém, dobrar o verbo é dobrar o corpo. Nesse movimento sangra-se, passa-se a beira da morte ali aonde o rio faz a curva.
Nao sou a criança que muda a funçao do verbo, sou o esquizo que desinventa letras que navegam em um mar nas alturas. Um adulto que dorme em travesseiros de nuvens e cama de águas-vivas. Sim, água-viva, áquela que escorre desforme abrindo linhas de impossivel.
Nao sei onde quero chegar, minha vontade é apenas de dobrar as palavras como um origami.
Eu deliro sobre o verbo para que ele possa nascer esquizo como as noites de aurora boreal. Esquizo sobre mim mesmo, para que eu possa nascer como o verbo em delirio pela vida.
michel de Barros e Manuel Calis

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