Saturday, June 30, 2007

Ex nunc pontentia

Ex nunc potentia

Rumo para além do horizonte.

Iniciado o grande ciclo de navegações. Embarco rumo a um outro futuro, a uma outra vida; um modo existente mais imanente e menos transcendente. Para tal viagem é preciso organizar as ferramentas uma vez que os rumos são desconhecidos e os acontecimentos imprevisíveis; agora cada dia, mês, semestre e ano devem ser planejados...

Thursday, June 28, 2007

Balanço Semestral de livros lidos, livros inacabados e os que precisam ser lidos

Lista de livros acabados

Ulisses - James Joyce
O Cortiço - Aluísio Azevedo
O Alienista - Machado de assis
A parte Maldita - Georges Bataille
O Livro dos Sonhos - Jack Kerouac
Genealogia da Moral - Nietzsche
Um eremita em París - Ítalo Calvino
Lênin, Vida e Obra - Moniz Bandeira
Espinosa: Filosofia prática - Gilles Deleuze

Livros inacabados

Kairós, Alma vênus, Multitudo - Antonio Negri
Anomalia Selvagem - Antonio Negri
Três Ecologias - Félix Guattari
A condição humana - Hannah Arendt
Livro do desassossego - Fernando Pessoa
The new thing - Wu Ming
Imperceptible Politics - Dimitris Papadopoulos

Na fila para serem lidos

Arquivos do Mal-estar e da resistência - Joel Birman
Foucault - Gilles Deleuze
O Anti-édipo - Gilles Deleuze e Félix Guattari
Mil Platôs - Deleuze e Guattari
O animal que logo sou - Derrida
O Imaterial - André Gorz

Livros sendo relidos

Vida Capital: Ensaio sobre Biopolítica - Peter Pál Pelbart
Genealogia da Moral - Nietzsche
Ecce Hommo - Nietzsche

Wednesday, June 27, 2007

Projeto Social em apuros.

Projeto Social em apuros.

Abaixo a carta de Leonardo Boff enviada ao Reflexoes Contemporâneas, referente ao projeto coordenado pelo Sílvio. Estao envolvidas pessoas da mais alta capacidade e honestidade, que precisarão, durante os próximos dois meses, de toda e qualquer ajuda para que o projeto continue em funcionamento.
Nao publicaria este pedido se nao conhecesse pessoalmente a seriedade e a grandeza dessas pessoas, embora a imagem pública e a história do Leonardo já fale por si.
O Centro de Defesa dos Direitos Humanos existe já há quase 30 anos acompanhando as populações carentes de Petrópolis.
O projeto mais humanitário e que nos é mais caro é o Pão e Beleza que se destina a atender as populações de rua e pessoas com problemas de doença e saúde mental, esquecidas pela sociedade em geral. A porta de entrada deste projeto é oferecer refeições diárias para até 150 pessoas (Pão) para em seguida tentar resgatá-las em sua dignidade (Beleza) e capacitá-las para sua integração na sociedade e, quanto possível, no mercado de trabalho.
O projeto Pão & Beleza é financiado pela Petrobrás. Estamos em fase de negociação para a renovação do convênio, um processo que se estendeu mais do que esperávamos.
Disso decorre a urgência: nossos recursos para custear as atividades do projeto, do qual dependem direta e diariamente 150 pessoas, esgotam-se ao término do corrente mês (30 de junho). Desse modo, até que tenhamos a possibilidade de contar novamente com a vital ajuda da Petrobrás, serão pelo menos dois meses de total ausência de recursos.
Por isso, estamos em caráter de urgência pedindo ajuda para cobrir os gastos mensais que alcançam a cifra de R$ 30.000. Esperamos que compreendam nossa angústia e que entendam que estamos nos dirigindo a todos aqueles e aquelas que sentimos sensibilizados e companheiros na busca de justiça e solidariedade.
Não queremos deixar de atender esses mais pobres dos pobres que Jesus chamou de "meus irmãos menores".

O depósito pode ser feito na seguinte conta:

Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis
Banco do Brasil
Agencia 0080-9
Conta 27232-9
CNPJ 27.219.757/0001-27
O CDDH tem o título de Utilidade Pública Federal, Portaria 3.244 de 27/10/2004. Se alguém precisar de recibo entre em contato com a Maria da Glória Guerra (rls-mgg@compuland.com.br) ou pelo telefone (24) 9819-2152) ou com Thereza pelo telefone (24) 2242-2462 ou 2246 0214 ou ainda pelo e-mail cddh@cddh.org.br
Com nossos agradecimentos pela solidariedade com quem mais precisa.

Leonardo Boff
Presidente de honra do CDDH


Conheça detalhes sobre o projeto em seu web site:
www.cddh.org.br/paoebeleza

Monday, June 25, 2007

Hate this Place

Estive revendo todas as minhas lembranças, aquelas que vc me deixou e entra elas está a letra dessa música!

Criando uma nova vida

Inicia-se uma nova jornada. Fecha-se um ciclo e abre-se outro. Aqui estou delimitando um momento de vida que chega ao fim. É preciso mudar os rumos do barco e tomar definitivamente o leme. A necessidade de terminar um tempo de navegações em circulos é chegada. Os mares são incertos, nunca antes navegados; os ventos são esquizos e sopram em direções distintas.
Começa aqui uma nova, uma outra viagem. Eu chego a frente do barco sinto os ventos baterem em meu rosto. Não sei os momentos seguintes, não sei nada, apenas que devo pegar o leme e seguir, destemido. Devo fazer o caminho e faze-lo sozinho, de peito aberto, de pele ao léu.
Continua...

Sunday, June 24, 2007

Vestigios

Um casamento. Uma noiva. Música. Violinos e flautas doces. Apesar dos pesares, eu ainda sou um garoto a moda antiga e quero ver você entrando no lugar que escolhermos vestida de branco. Talvez seja em um campo na parte da manhã, ou em uma praia nao final da tarde com o por do sol. Imagina aquele sol se pondo com o céu vanila? Com certeza não será a noite como todos os casamentos. Nem poderia pois eu não sou nada convencional, nem você. Se acontecer na praia o convite poderia ser sandálias havaianas brancas, ou ainda aquelas com animais da flora brasileira como você gosta. Caso aconteça no campo...Caso aconteça no campo, eu não sei como será o convite. Mas que vai acontecer, isso vai.
* * *
Tenho pensado em sua palavras. Cheguei a conclusão que existe um bloqueio em mim em aceitar a independência, em buscá-la. Existe uma força que me prende, da qual eu preciso me desvencilhar para poder ser livre e voar.
Andei pensando ainda que existe as contradições, pois para fazer o que eu quero preciso de tempo livre, mas também preciso de dinheiro. Só que na maioria das vezes essas duas coisas me parecem incopativeis. Alguma saída?

Thursday, June 21, 2007

...

O difícil é sentir o vazio da vida depois de ter sentido o que é uma vida plena.

DESESPERO

Sem palavras, ou talvez, com palavras demais para dizer alguma coisa.
Perdido no espaço-tempo; aprisionado em um mundo imperfeito.
Dizem que o corpo se cria a partir da alteridade, mas não tenho alteridade afetuosa para me criar.
Desse modo o que me compõe são forças que decompõe os meus mundos extensivos. Decomposição como sabem é morte. É morte.
Wittgenstein ficou feliz quando soube que iria morrer.
Deleuze se atirou do décimo primeiro andar de um prédio.
Nietzsche ficou louco.
Van Gogh se matou.
Maiakoviski suicidou-se.
Fernando pessoa era alcoolatra.
Clarice Lispector morreu de câncer no útero.
Qual será meu destino menor?
Tristeza que me toma e corroe o meu ser. Já não sei mais se penso, se vivo, se quer, logo existo. Dor inviesade de um mundo por demais mediocre.
Palavras perdidas de um corpo inaudito que se perdem ao vácuo de uma vida precária demais, dolorida demais.
O ar que entra em meus pulmões me faz morrer de vida pela boca.

Wednesday, June 20, 2007

Sunrise -Norah Jones

Sunrise, sunrise
Looks like morning in your eyes
But the clock's held 9:15 for hours

Sunrise, sunrise
Couldn't tempt us if it tried
'Cause the afternoon's already come and gone

And I said hooooo, oooooo, oooooo, oooooo
hooooo, oooooo, oooooo, oooooo
hooooo, oooooo, oooooo, oooooo
to you?

Surprise, surprise
Couldn't find it in your eyes
But I'm sure it's written all over my face

Surprise, surprise
Never something I could hide
When I see we made it through another day

And I say hooooo, oooooo, oooooo, oooooo
hooooo, oooooo, oooooo, oooooo
hooooo, oooooo, oooooo, oooooo
to you?


And now the night
Will throw its cover down
mmmmm, on me again
Ooooh, and if I'm right
It's the only way to bring me back

Tuesday, June 19, 2007

Brincando de revolucionários

Uma plenária nacional está para iniciar. A mesa é declarada, fazem parte dela pessoas do partido PSTU. O meu mal estar é aparente; o movimento não era contra a a inserção de partidos políticos? Olho para um lado, olho para o outro, milhões de jornalistas, muitas máquinas fotográficas. Logo se inicia a plenária.

O Primeiro momento vem uma moça, a qual toma o microfone e pergunta para o presidente da mesa. Quem é você para falar em nome dos estudantes? Você foi expulso da ocupação por tentar violentar uma garota! Como pode estar ai querendo falar em nome de alguém? Nesse momento os sons eram apenas de vozes e flashs das máquinas fotográficas. Um prato cheio para mídia.

Iniciou-se o entrave partidário nojento. Pessoas que não sabiam o que estavam dizendo e que não tinham dimensão real do poder contra o qual estavam lutando. O show de horror continuo com os dizeres, o movimento está enfraquecido, não conseguiremos fazer com que os decretos caiam. Um pensamento passava pela minha cabeça: como eles querem mudar em um mês um sistema que é produzido a mais de 40 anos nas universidades. Mudar em dois meses tudo isso? Essa é a luta?

O show de horror continuou, mas sem a minha presença.
* * *


Plenária de Rio Claro após a ocupação. Outro show de horror. As mesmas questões: o enfraquecimento do movimento, a impotência diante dos decretos. As crianças revolucionárias falam da maturidade que ganharam na luta de ocupação dos grandes 28 dias e de como o movimento havia se desgastou. Agora vamos lutar pela pauta dentro da nossa universidade, pelas melhorias aqui dentro era o grito em comum. Até esse momento o diretor do IB Amilton não havia dado a mínima para a ocupação, ou seja, efeito zero.

A frase que não me sai da cabeça é "Perdoai-vos senhor, eles não sabem o que fazem". E não sabem mesmo. Sabem tudo sobre uma coisa: Decretos. Mas não sabe nada sobre lutas, sobre poder, sobre biopoder, e serão retalhados. As discussões seguiram até a madruga e continuaram na mesma batida, alguns até levantaram nomes de pessoas que tentaram fazer diferente, pessoas as quais já tiveram na luta anteriormente, mas que foram reprimidas, pois desejavam uma luta contra um bipoder, e não o poder que a maioria queria combater. Alguns nomes foram lembrados, e alguns se questionavam sobre o motivo de seus afastamentos.

Enfim, eles nada sabem sobre o poder, sobre biopoder, e de modo geral, não conseguiram o que desejavam. Agora se discute uma parada estratégia para as férias; nas férias não se faz luta, vamos para praia descansar e depois voltamos a brincar de revolucionários.



Monday, June 18, 2007

Por uma luta com outros sentidos

Caosesquizo e os piratas do caribe.

Ando em meio à ocupação, sem saber direito aonde ir, sem saber se abraço a causa, ou não. Eu ando em meio à ocupação com um olhar sempre enviesado, suspeito. Nesses últimos dias de caminhada tenho percebido uma relação entre os alunos em GREVE, os que ainda não se decidiram, ou aqueles que simplesmente repudiam a paralisação. Durante as caminhadas, presenciei algumas conversas, nas quais eram pedidas explicações a respeito do motivo da greve. Percebi, assim, que existe um problema conceitual diante de tudo isso, um problema que está relacionado ao pré-conceito que existe sobre a palavra greve.
Greve no dicionário significa uma recusa resultante de acordo de operários, estudantes, funcionários etc., a trabalhar ou a comparecer onde o dever os chama, enquanto não sejam atendidos em certas reivindicações. Parede é outro significado para greve. Esse seria o significado nos registros que a palavra tem, e que deveria ser tomado nessa luta que esses alunos decidiram travar. Contudo, o que acontece é que ao longo dos anos a palavra greve foi desgasta pelo seu uso, pelos resultados que propiciou e principalmente pelas significações adicionadas a ela pelos mídia. A GREVE hoje parece ter um significado de um movimento que está fadado ao insucesso, ao fracasso. Seria algo como o velho ditado popular, “Nadou e morreu na praia”.
Esse conceito de greve fabricado pela mídia está impregnado nas pessoas, está impregnado até os poros da maioria dos alunos que ao longo dos anos foram submetidos a essa visão. Então, quando eles caminham pelo campus, lêem os jornais, naquela palavra eles têm um sentido de fracasso, de algo que não adianta. Por esse motivo, é grande a resistência que a maioria dos alunos tem quando o assunto é a Greve. Para eles, o conceito é de perda de tempo, de uma luta que não levará a nada, a lugar algum, e essa sensação é a mesma que eu tenho quando leio a palavra greve.
Entretanto, sinto que este movimento é diferente de todos os demais. De todas as outras recusas. O acordo que se travou entre os estudantes reunidos nestas ocupações, as quais têm enlouquecido os burocratas, está ligado não somente à recusa daquilo que é imposto pelas instituições, mas a algo comum a todos e a todas: indignação. Por tudo. A ponto de fazer cada um e cada uma achar que vale a pena colocar a cara na frente das câmeras e trocar o conforto de suas camas pela estranheza destes espaços coletivos. Porque este movimento também se recusa a aceitar certa maneira de fazer movimentação estudantil, entronizada pelas entidades tradicionais de estudantes. Para estas entidades, tudo já havia sido definido. A maneira como devem ser feitas as assembléias. A maneira como devem ser feitas as ocupações. A maneira como devemos falar com os mídia. Pra nós, entretanto, as coisas vão mudando. Mudando ao sabor do almoço que preparamos em conjunto. Da ciranda que dançamos em conjunto. Do texto que escrevemos em conjunto. Dos cobertores que compartilhamos com cada um.
Por isso levanto nesse pequeno texto uma alternativa. Que criemos um nome para esse movimento. Ainda que ele tivesse as mesmas características da greve, que fosse a mesma coisa. Mas que esse nome seja outro, para que toda a significação feita até hoje se torne ineficaz. Eu diria para darmos um nome bem estranho, algo como Blop. E em parte eu faço essa coisa de dar o nome baseado em um ativista italiano, do qual não recordo o nome, mas que dizia: Tudo o que nomeio existe. Então, que esse movimento de mudança conceitual sirva para sairmos de uma rede de significados produzida por um poder, o qual significou em nossos amigos a sensação de uma luta vazia. Agora, que criemos um outro nome o qual esteja ligado à nossas significações, ao sentido que essa outra luta pode caminhar.

Saturday, June 16, 2007

Falta de sentido

Faz-me falta. Faz-me falt. Fazes me falta.
Mas se não me tratas com carinho, eu acredito caminhar sozinho.
Caminhar no vazio, sempre sozinho.
Faz-me falta. Fazes me falta.
Sem sentido, sinto sua falta.
SEm carinho caminho sozinho longe da tua alma.

Friday, June 15, 2007

Pensamento nômade

Esta semana por causa daqueles pensamentos sobre a metodologia da biopotência me embrenhei em meio a lutas de ocupação da universidade. Tenho que confessar que ainda entendo pouco da luta real, embora venha estudando o poder já a algum tempo.
Esse final de semana vou até a ocupação da USP, quero ver como estão as discussões.
Hoje estou com o pensamento de intervir. Pretendo escrever um texto pedindo uma mudança conceitual; mudar o nome de greve para blop. O que é o Blop, é uma palavra que não significa nada, e que pode ganhar os sentidos que criarmos.
Assim, provavelmente no final dessa tarde estarei indo em direção à ocupação da USP pensando em como produzir essa metodologia da biopotência.
* * *
E a vida vai se criando, lá onde ela é colonizada, chutada, escurraçada.
E vai se criando...
Constituindo-se...

Thursday, June 14, 2007

Outro dia, outros pensamentos.

Outro dia, novas possibilidades. Hoje vi o sol nascer no horizonte. Ele veio como uma bola laranja que pulava em um fundo vanila. A neblina ficava entre as árvores e eu de cima podia ver tudo até a linha do horizonte.
* * *
Estou lendo sobre a vida de Vladimir Ulianov. Ao mesmo tempo estou percebendo que a condição de precário não é restrita ao século XXI, e que no século XIX e XX ela ja estava de alguma forma presente na Russia. E se procurarmos encontraremos em muitos outros lugares.
Mas não é sobre isso que quero falar, é sobre o que o Vladimir me levou a pensar.
Na passagem da Russia czariana para a socialista o tal do Vladimir pensou ser necessária uma metodologia de luta e a criação de um revolucionário profissional. Para isso ele estudou o capitalismo, claro, dentro da prisão, e escreveu uma análise muito acurada desse sistema que se desenvolvia. Ainda não sei bem sobre a metodologia criada por ele, mas eu penso que o mesmo deve ser pensado para a uma luta biopolítica, ou seja, devemos pensar em uma metodologia da biopotência. Ainda não sei como, quer dizer ate tenho uma paisagem se delineando. Assi, penso que duas coisas devem ser instauradas para essa metodologia, primeiro a Multidão e conjunto a nossão de comum.
Eu penso essa metodoligia partindo do princípio que a luta e a teoria devam ser constituinte, devem seguir conjuntas formando uma rede de fios infinitos.
Vamos ver aonde isso vai.

Wednesday, June 13, 2007

...

Vai doendo e vai sangrando. E vai doendo, e vai sangrando.
E vai batendo e vai sangrando. Vai batendo e vai sangrando.
A dor é muito maior quando nos fazem sangrar sem ver.
* * *
Me dei tanto, nada recebi; tornei me vazio.
Como fazer para me preencher novamente.
Empty space.
* * *
A vida está mais parecendo um baile de Máscaras.

Tuesday, June 12, 2007

...

Não consigo parar, causaram o inferno em mim.
Agora sangro por dentro.
Quero me soltar ao vento...
Quero voar para um lugar desconhecido.
Onde não exista inimigos e que eu possa estar apenas com amigos.
Um lugar que eu possa caminhar na rua, sem ter que fazer bela figura, para preencher o desejo de um não ser.
Quero caminhar nas vielas, sem alma, sem trela, apenas num leve flutuar.
Lá onde dizem que o vento faz a curva e vida é nua e crua e hipocrisia não tem vez para tagarelar.
Malditos sejam os anjos, eu sou demasiado humano e o inferno é meu habitar.
Me solta, me deixei ir quietinho, quero caminhar sozinho.
Nessa merda que me transformaste, na magia que me lançaste, pela arte fui tirado.
O poeta me fez ver o meu valor, me fez esquecer a dor e assim posso levitar
Vou me embora, vou quietinho, vou deixar você no seu mundinho.
Já estou perdendo a hora...
vou me embora
vou me embora...

Intermitências da morte

Odeio quando as pessoas fingem se importar.
Odeio quando as pessoas só me procuram para dar conta das sua dores.
Escuta, aqui também dói, sangra.
Odeio quando uma pessoa não consegue se deslocar do seu mundo de cristal.
Odeio ter que odiar.
Odeio ter que colocar para fora a lama.
É tanto ódio que produzem em mim que não posso ficar com ele.
Pega ai de volta e saboreie a bílis que eu agora verto.
Eu não sou ressentido...
Deixo o ódio escorrer...
Deixo o veneno para você...
Eu vou caminhar no tártaro, mas vou caminhar de cabeça erguida com a graça de um adulto e não com a descoordenação de uma criança.
Não lambi o saco de ninguém para chegar a essa parte do inferno que cheguei.
Nem vou lamber; a tragédia é o que de mais bonito acontece em mim.
Esses laços vão morrer, pelo menos por hoje.
Se demora uma vida inteira para construir uma confiança e apenas poucos segundos para destruir.
Ouve o barulho do castelo caindo...
Ouve o mundo ruindo...
É só um segundo...
Nada mais...

Felisssss dias dos namorados!

Estou muito puto. Muito puto mesmo. Minha vontade é de sair para comprar cigarros e dizer adeus a tudo no melhor estilo anos 70-80. Odeio que as pessoas se façam de duas caras, e isso vem acontecendo em demasia. Eu vou estourar e jogar na cara, ou melhor, vou apresentar uma face para outra; uma que aprensentam para mim e outra que apresentam em outro lugar. Sei que isso vai causar um desequílibrio social no sistema, mas estou ficando de saco cheio dessa hipocresia. Do que tem medo de perder um homem que nada tem? Esse sou, uma pessoa sem nada, e por este motivo sem medo de perder o que eu não tenho. Agora entendo o meu mal estar, é que as pessoas vivem na disneylândia, na Celebreation, um mundinho de plástico onde tudo é lindo, cheiroso e perfeito, uma constância de felicidade; o verdadeiro American way of life. Eu, eu vivo na realidade, e aqui o buraco é mais embaixo e tudo é precário. Aqui há falta dinheiro e o amanhã é incerto como o tempo. Se coloca mais dinheiro em um lugar, falta no outro. É fácil falar com o futuro garantido, sentado em cima do dinheiro. Agora quando se tem somente a vontade de chegar em um lugar e para isso tem que se caminhar "sobre ovos"tudo muda de figura e o inferno queima. Então vai tomar no cú. Olhar para o rabo é fácil, difícil é ver a vida que as pessoas levam e como sangram para poder fazer o que desejam sem ter condições. Aqui não é disney não, é o inferno de Dante e o tudo pega fogo e vira pó a qualquer vacilo. Então FUCK YOU.

Os encontros nos aeroportos

Acabei de escrever um texto falando sobre os encontros em aeroportos que se perdeu pelas infovias. Sábado estive em um com a Cecília e hoje em outro com o Pedro. O de sábado me levou a uma reflexão teórica da qual pode nascer um texto em parceria com a Cecília, o de hoje me tirou um pouco do estado de descrença total que ontem me meti.
Foi uma pena ter perdido o texto. Estava falando da reflexão conjunta que tive sobre a relação do processo de subjetivação e o capitalismo. E da impossibilidade até o momento de se criar um modelo teórico de um processo de subjetivação que se mantivesse em fluxo sem cair em um modelo identitárrio. Enfim, chegamos a conclusão que um nó central está nos vinculose e que seria preciso uma mundaça neles. Agora estamos tentando retraçar toda reflexão para a produção de um texto.
Foi uma pena ter perdido o que havia escrito, mas quem sabe outra hora tudo volta?

Os encontros nos aeroportos

Hoje estou um pouco melhor, a discrença não é total. Eu precisei usar uns neorônios dispares para sair da rotina.
Estive no aeroporto para deixar o Pedro, fazia um tempo que eu não ia até um. A última vez que eu estive em um foi quando voltei dos EUA, e não sei se era a companhia ou o país, mas estava meio de saco cheio de aeroportos. Mas hoje foi diferente, senti aquela vontade de viajar, aquela sensação boa de estar em um aeroporto. O melhor foi saber que em pouco tempo embarco. Esta ida me deixou mais animado tanto para a minha viagem, quando para o meu dia-à-dia, quando cheguei em Rio Claro tudo parecia mais colorido. Agora estou aqui arquitetando as coisas a fazer e me organizando. Vamos que vamos.
* * *
Estou escrevendo um texto em conjunto com a Cecília. Tudo começou em uma reflexão no aeroporto no sábado - Pelo visto muita coisa anda acontecendo nos aeroportos -. Entramos em uma discussão sobre processo de subjetivação e as políticas de subjetivação que o capitalismo faz sobre ele. Depois seguimos a pensar como seria um processo de subjetivação sem controle do capital, em fluxo imantente. Chegamos a conclusão que ainda não deve haver nenhum modelo teórico para isso. Não sei dizer se isso é bom, ou se é ruim, mas de argumento em argumento chegamos a um ponto nevrálgico. O modelo identitário nos pega pelos vinculos, é nessa relação que estamos sendo produzidos. Agora nos lançamos a retraçar esse caminho reflexivo que nos fez chegar a essa conclusão, um trabalho de escavação da memória; veremos onde chegamos, mas confesso que estou empolgado e algumas pessoas como o Romualdo também.

Monday, June 11, 2007

Estado de Descrença total.

Meu estado de crença em relação as mulhes está no seguinte nível: metade não presta e a outra metade presta menos ainda. Eu vejo que amigos que namoram e confiam em sua namoradas mais da metade foi traido e não sabem. Por que eu deveria acreditar? Vejo que eles fizeram esforços, assim como eu, escreveram coisas bonitas e apaixonadas, assim como eu, e foram totalmente desconsiderados. Por que comigo seria diferente? Minha sensação, assim como a deles, é de escrever e falar para as paredes. Minha vida tem sido a de fazer, como diz-se em italiano un culo per andare nell'autro lado del mare, mas será que assim como meus amigos não estarei eu totalmente errado, porque tenho motivos para crer nisso. Olhando para a situação atual, com o aparecimento das Alfa-girls, fica dificil acreditar em uma mulher. Elas quiseram igualar-se tanto ao homem que alienaram-se de si mesmas. Hoje, quando vamos em uma balada ficamos contrangidos ao sermos abordados por uma garota nos xavecando, ou literalmente como um homem, chegando ao nosso lado e dizendo: sabe, eu só queria te pegar! Assim fica muito fácil ser solteiro para o resto da vida, basta manter o corpinho e o rostinho em dia. Descrença total sim. Uma leitora desse blog não se enquadrará nesses aspectos que eu estou falando, e eu sei quem ela é, Miss clown. Mas dona palhaça, você sabe muito bem que isso tudo que eu disse é verdade. Por que eu deveria acreditar, por que deveria eu ir contra todo um tsunami, uma vez que embarcar na onda seria muito fácil? Você mesmo teve muitas chances quando morou em Londres, e mesmo em hell, mas sempre se manteve firme ao seu amor. Mas lamento, minha sensação é de total descrença hoje e a pergunta que eu faço, por que eu remo contra a maré quando tenho motivos para me esbaldar a favor????

através

Vida, vida. Vida que vai, vida que volta, às vezes enrola. Hoje estou perdido, mas não é um perdido total, é um perdido achado. Eu sei que vou e sei o que quero fazer.
* * *
Um certo mal estar toma conta de mim hoje; talvez tenha sido o deslocamento do feriado. Voltar para casa sempre me é algo estranho. Quem sabe desse estranho não nasce algo novo, diverso.
Mas é assim, a diferenciação, logo entro em uma outra estabilidade e essa estabilidade se torna meta-estabilidade e vamos vivendo nos fluxos.
* * *
Ando sonhando até pelos cutovelos. Disseram-me que isso é muito bom pois demosntra um fluxo entre incosciente e consciente. Mas se ando sonhando com você quer dizer que nosso amor é saudável para mim? Você caminha de um lado para o outro com passos de bailarinha, vai colocando fluxo, cadência, ritimo, constituindo um espaço tempo a cada deslocamento.
* * *

Wednesday, June 6, 2007

Jardineiro Fiel

Um dia a mim foi dada a tarefa de guarda uma alma, não sabia se era digno de tamanha tarefa. Sem pensar aceitei. Peguei aquela alma nas mão como se fosse a minha própria. Dia a pós dia busquei levar a ela luz, assim acreditava que como os girassóis ela pudesse se desenvolver com graça e movimento. Os primeiros raios de luz a ofuscaram levando-a a uma perda momentanea de sentido. Após algum tempo ela parecia iniciar a absorver as ondas de luz. Alguns dias foi impossivel levar a luz até ela, pois se escondia em uma escuridão tão densa que o ar molhado por lágrimas difundia toda a luz. Passaram-se meses, anos, cada pequeno raio de luz que a ela chegou permitiu um crescimento, a recuperação de uma cor, de um brilho natural. Hoje a alma não habita mais a escuridão, ela se transformou em um lindo sol brilhante em um céu azul. Da escuridão aos céus. A ela não há garantias que alguns dias serão nublados, mas o que importa e que ela nunca deixe de brilhar.
Frio, o mar, por entre o corpo fraco de lutar. Sigo sem saber para onde vou, ou sabendo muito bem para onde vou. Sigo de braços abertos e olhos fechados sentindo o rítimo da música. Acreditando que alguém pensa em mim, que alguém sonha comigo. Uma pessoa que não perdeu o carinho e o amor, a qual sabe muito bem o que quer e jamais desistiu. Para sempre é uma palavra dura, ou uma palavra sublime? Prefiro eterno pois todas as minhas ações são eternas e o para sempre, sempre acaba como dizia a canção.
* * *
Estou indo, deixando que a incerteza tome cabo da minha providência. Claro que não é uma incerteza total, é uma incerteza certa, aquela que permite a vida desenvolver, cria fluxos. Será uma outra experiência. Eu estarei na porta de entrada da terra do nunca. Alguém já se deu conta disso? La estarei eu esperando o pó mágico para seguir a esse mundo encantado que é meu. Londres é apenas a porta de entrada para o infinito. Eu vou entrar, mas jamais me afogar. Nessa terra a única coisa certa que tenho é o amor. Será amor eterno como a terra do nunca?
Um amor de outro mundo que nunca envelhece, que sempre se renova como a graça de uma criança e a clareza de um adulto.
* * *
O ar que adentra os meus pulmoes me faz morrer de vida pela boca. É a vida entrando e se expandindo por cada célula viva. Esse ar já foi cinza e cheio de veneno, mas uma bruxa palhaça fez uma mágia em um dia de lua azul e limpou tudo permitindo que eu pudesse respirar. Sim, agora eu respiro, agora posso ver um pouco mais longe.

Saturday, June 2, 2007

Aquela Fantasia de baile.

Peter Pan pode até ter sentido alguma coisa em relação a Wendy, mas sinhinho sempre esteve a seu lado. Ela sempre foi a luz que o guiou pela terra do nunca, a luz que o permitiu voar por toda Londres até chegar essa terra encantada.
Sininho, a mais bela de todas as mulheres. Embora possessiva e com um gênio difícil, ela sempre foi fiel a Peter Pan.
Peter não teve linhas o suficiente na estória para perceber o seu amor por sininho.Contudo,
ontem a noite eu dei a ele mais vinte páginas com muitas linhas e assim ele descobriu que a estória termina com seu eterno amor por Sininho, sua eterna felicidade.

Qual será meu problema?

Escrever só tem sentido se tivermos um problema a ser resolvido.
Qual será meu problema?

Friday, June 1, 2007

palavras, pensamentos, inconsciente, você.

Tenho vontade de escrever a cada vez que penso em você. O que me acontece?
Escrevo, penso. Definitivamente meus pensamentos estão com você.
Palavras, palavras que fluem; amor que não se aguenta.
As lembranças de seu corpo e seu sorriso são muito vivas em mim.
Me falta ar, me falta você.
Não sei escolher palavras bonitas, sou precário, somos.
Mas escrevo por vontade, sem controle, sem pensar.
Deixo sair de mim o que mexe com meu entre.
Entre atos, entre tempos, entre amores; entre eu e você.
Quero andar de bicicleta com você. Quero ver o por do sol. Quero fazer pick-nick.
É tanto querer...
Querer que não se aguenta.
Um dia duvidei que te amava, mas descobri que amava, mas não com o amor carnal; te amo com amor sublime, com amor puro, amor que não se apaga, que não se esquece. Não é amor de posse, é amor de cuidado, de compartilhar; amor eterno.
Um dia parei e fiquei tentando em vão pensar em uma mulher que fosse tão maravilhosa quando você; Desisti.
Conclusão, você é insistente, mas imbátivel.
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